pintura de Carlos Botelho
inventar o teu nome pelas paredes
desta rua que me caminha todo o dia
e que não sei se é rua se são sedes
no ébrio de tão frágil alegria
inventar o teu nome quando esqueço
que a rua é toda gente e movimento!...
mas pedir-me, não to peço
já que a honra sustém o sentimento
inventar o teu nome até depois
que a própria terra esfrie e arrefeça
este sentir de um de nós dois
que a rua calou, sem que o pareça
desta rua que me caminha todo o dia
e que não sei se é rua se são sedes
no ébrio de tão frágil alegria
inventar o teu nome quando esqueço
que a rua é toda gente e movimento!...
mas pedir-me, não to peço
já que a honra sustém o sentimento
inventar o teu nome até depois
que a própria terra esfrie e arrefeça
este sentir de um de nós dois
que a rua calou, sem que o pareça
José Manuel Capêlo, Enche-se de eco a cidade, Átrio, 1989.