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Acenaste com a cabeça e levaste-me para a floresta próxima, onde as árvores ocultam os gestos e as faces da cidade se resguardam para lá das luzes que se fecham. Ficamos entre o início e o fim de cada dia. Mergulhava a manhã dentro do nosso espaço e afastamo-nos quando nada mais havia a fazer ou tão pouco se insinuava para dizer. Tivemos o cansaço e o delírio por começo de dia. Acendiam-se luzes fantásticas na natureza. Dentro de ti, nascia outra estação. Em mim, a palavra imaginada.
.José Manuel Capêlo, A Voz dos Temporais, Átrio, 1991
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