vem serenamente cumprir o ritual da noite
como o cumpro em todos estes dias sem nome
sem imagem de luz no recorte da cidade.
e não será por me pegares na mão
por me mostrares tantas ruas que nunca vi
que os meus olhos adquirirão outro conhecimento
outro encanto, outra fala saída do corpo
ou desta boca que enumera o teu sorriso
e o espraia em ruas de outras paragens?...
.
vem serenamente comigo cumprir
as vozes da manhã na lonjura da vida
já que as ruas têm nome nos recortes da cidade
e a noite tem o seu ritual no teu rosto.
.
José Manuel Capêlo, Enche-se de Eco a Cidade, Átrio, 1989
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