O velho moinho transformado
acolhia-nos com a pedra mó no lugar do sagrado, bem fixa
como a estrela polar que nos encaminhava as mãos.
O corpo. O instinto.
Deixamos para trás o mar
na longa onda que nos recebeu em pleno
como se o voo da gaivota, que entretanto passara
anunciasse o clamor dos deuses na era plena...
Então, eles escreveram para que se anunciasse:
Aqui,
junto ao grande mar-oceano
em que navegámos as nossas ânsias, medos, desejos
calados ficámos, falando somente, e em uníssono, no oiço-te e ouço-me
em que contemplámos os teus olhos ligeiros, brilhantes, únicos.
José Manuel Capêlo, A Noite das Lendas, Aríon, 2000
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