pudera fingir-me ausente .nos meus gostos.
pudera querer apenas, o infinito do horizonte
em imagem penumbrada e feérica e com a arrelia nas mãos
construir chaminés altas de altos fornos
para que a lua não estivesse a olhar-nos fingida e presente.
pudera fingir-me apenas
como se tudo viajasse em olhos de montanhas.
pudera ter o que as mãos consentem e divagam
nos rostos dos quadros que enchem esta casa de silhuetas estáticas
abrir a porta e sair, sem nada dizer
ou apenas, que viesse o frio.
José Manuel Capêlo, Enche-se de Eco a Cidade, Átrio, 1989
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