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Silenciosa é luz e descobre-nos. Ontem, tinha sido um dia
facilmente certo, com as cores de um princípio
que as mãos mal tocavam. Ou se tocavam, não estavam lá
porque presas de fantásticos ritos, descobriam
os nossos corpos ligeiros. Havia até, o segredo
de todos os aspectos que se retinham. Nada era nada
porque tudo em-nós era pleno. Apolo e Eurídice
em nuvens suspensas e estáticas. Mas era dia, na tarde
porque a noite, que tinha sido nossa, mudara-se
para o lugar onde nada mais restava nem estava.
José Manuel Capêlo, A Voz dos Temporais, Átrio, 1991
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