a RAUL DE CARVALHO
Foi farta a noite ...
Chegámos a tua casa. O frio batia
de encontro às persianas fechadas.
O quarto? ... Sempre o mesmo.
Era uma das tuas noites más ...
Despi-te. Cobri-te.
Deixei-te meio adormecido.
Não precisavas de mais nada
a não ser
os necessários comprimidos
que te aguentavam o coração
ou, todos os amigos
de que precisavas e não vinham
ou, o grande amor que há dentro
da tua alma refugiada no pano de pó.
Até amanhã, Raul
ou, até nunca! ...
José Manuel Capêlo, corpo-terra, Trelivro, 1982
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