terça-feira, 4 de novembro de 2008
Para quê falar-te, para quê sonhar-te
Para quê falar-te, para quê sonhar-te
se não levo palavras nem recordo sonhos?
Tudo nesta terra tem o sabor a pó.
O gesto das flores e o leve do ar
com o azul do céu pendurado na calote
o negro do silêncio a cinco palmos da terra.
Na face dos homens, o silêncio das espécies.
Fiquei a olhar-te enquanto cruzavas
a grande porta de vidro de encontro ao universo.
Longe de tudo, apenas tu
no final da rua.
José Manuel Capêlo, A Voz dos Temporais, Átrio, 1991
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