segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Quando te apetece, ou te seduz
Quando te apetece, ou te seduz
adoças os meus lábios, para refrescarem os teus
no soberbo oferecimento dos beijos
terra-nossa onde os braços se entregam, as mãos agarram
o corpo se une, os olhos se recolhem, nessa voz de silêncio
única e verdadeira, que nos é morada.
É esse, este, o lugar que se ergue da brisa que se nos sopra fresca.
E são de alegria, qual refúgio fascinado de esplendores
as palavras e as páginas.
Que o mesmo é dizer, momentos, memórias e cânticos.
É neste íntimo ébrio, pleno, perfeito
que as minhas noites se erguem e avançam para o mar em frente
para as luas empoleiradas no céu estrelado
para as aves que se abrigam nos ninhos arquisuspensos
arquipendurados no calor do silêncio.
Na rua que se abre, na janela que se espreita
na memória que se escuta
- em fascínio de imagens, lugares, datas -
recolhem-se em visões.
José Manuel Capêlo, A Noite das Lendas, Aríon, 2000
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