Luzes num tempo solto, a varrerem a aragem dos castelos postos no alto.
Mãos que se levantam na procura dos astros que não saem do firmamento.
Casas alinhadas no contorno do mar com cabelos à espera que o vento chegue.
Risos na noite de ninguém, que é o silêncio das estradas por onde corre a paciência dos que não têm sono.
Bocas abertas à espera da fome, que é o que todos esperam e nenhum pede, pois a terra é solta e chega até aos olhos com a coragem de quem existe.
Sobra a cidade com os seus mistérios, as suas luzes, o desencantado movimento, as suas fontes enganadoramente disfarçadas, pedra angular duma igreja que não tem contornos de Sé, quiosques ribeirinhos de matarem gostos, gargantas secas à procura de múltiplos líquidos e o não acabar de certeza que se esgota.
José Manuel Capêlo, Rostos e Sombras, Sílex, 1986
Casas alinhadas no contorno do mar com cabelos à espera que o vento chegue.
Risos na noite de ninguém, que é o silêncio das estradas por onde corre a paciência dos que não têm sono.
Bocas abertas à espera da fome, que é o que todos esperam e nenhum pede, pois a terra é solta e chega até aos olhos com a coragem de quem existe.
Sobra a cidade com os seus mistérios, as suas luzes, o desencantado movimento, as suas fontes enganadoramente disfarçadas, pedra angular duma igreja que não tem contornos de Sé, quiosques ribeirinhos de matarem gostos, gargantas secas à procura de múltiplos líquidos e o não acabar de certeza que se esgota.
José Manuel Capêlo, Rostos e Sombras, Sílex, 1986
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