Nada sem forma. A rua larga, albicastra, a forma esguia duma face em perfil, um sorriso num copo cheio de mim. Meu pai ... Quando sou eu? Talvez, um dia, quando o mar se chegar mais próximo. Quando a terra deixar de vacilar, ou quando a natureza se mostrar na sua plena grandeza, sem os desvarios dos homens. Quando Deus e o Diabo quiserem, sem que me modifique ou esqueça, sem deixar de pensar que por aqui passei, menir antepassado, narrativa em pedra, silhueta apontada à imensidão árida. Quando me procurarem e encontrarem na porção de tudo e nada!...
José Manuel Capêlo, Rostos e Sombras, Sílex, 1986
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