pintura de Antoine Watteau
Devias lembrar-me de lembranças tuas
para que o silêncio as não esquecesse.
Devias lembrar-te que pelas minhas costas nuas
descia-te a língua antes que o sono nos envolvesse.
Devias, oh! isso devias, procurar nas ruas
uma qualquer silhueta que se te me revesse.
Devias, sempre o deverias, procurar menos luas
no espaço infinito que nos escondesse.
Devias lembrar-me de lembranças tuas
para que o silêncio as não esquecesse.
Devias lembrar-te que pelas minhas costas nuas
descia-te a língua antes que o sono nos envolvesse.
Devias, oh! isso devias, procurar nas ruas
uma qualquer silhueta que se te me revesse.
Devias, sempre o deverias, procurar menos luas
no espaço infinito que nos escondesse.
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E porque não lembrares-me, oh! isso devias
impedir que a memória se tornasse fácil
ou que a margem da alegria fosse fraca ou gasta.
Os segredos guardei-os, como tu os calarias
duma maneira pessoal, simples e grácil
porque mais do que o futuro, o que vem, basta!
José Manuel Capêlo, A Noite das Lendas, Aríon, 2000
E porque não lembrares-me, oh! isso devias
impedir que a memória se tornasse fácil
ou que a margem da alegria fosse fraca ou gasta.
Os segredos guardei-os, como tu os calarias
duma maneira pessoal, simples e grácil
porque mais do que o futuro, o que vem, basta!
José Manuel Capêlo, A Noite das Lendas, Aríon, 2000
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