pintura de Paul Cezanne
Não mais para além das palavras.
Tudo o que for a mais engana
e tenho um cigarro preso aos dedos
como a tua boca presa ao eco.
Posso falar? Posso dizer o que me vive?
Posso dizer que a noite é escura
sendo ela clara?
Deixa-me dizer o que penso e o que sinto
e o que vivo e o que me apaixona e o que amo!
Deixa que me seja igual
já que não posso
seres tu.
José Manuel Capêlo, Rostos e Sombras, Sílex, 1986
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