Se viesses, virias
tão igual como a primeira vez
que escutei em movimento de silêncio
nessa noite de ecos e vozes fáceis.
Virias igual
às lágrimas que deixaste
nas mãos dos que não te ouviam.
E eras tu, por seres tu.
Vagaria o vento
por fora das janelas e varandins
no seu movimento rápido
de esperas e segredos.
Mas eras tu, que ninguém via
que estava ali, seguramente.
José Manuel Capêlo, A Voz dos Temporais, Átrio, 1991
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