O meu destino não é comer tremoços, nem cofiar a barba que me cresce, encobrindo o rosto belo, a boca suavemente cheia de desejos que não passam de sonhos - quais ideias de fantásticos hábitos - apanhados nas esquinas de enganadoras imagens; ou, tão-pouco, arregaçar as mangas (se for caso disso!) preparar o segundo e imortalizar o quadro que se desprende duma parede oposta ao lugar do muro. A minha existência tem outros sinais, outros signos, outras luas, que nem o vento as comporta, nem o mundo as destrinça.
José Manuel Capêlo, Rostos e Sombras, Sílex, 1986
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