quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Hei-de partir para a Nova Índia com as mãos que tenho no peito

fotografia do Taj Mahal


Hei-de partir para a Nova Índia com as mãos que tenho no peito. Hei-de partir com essas mãos que escrevem. Não com a antiga saudade, mas com uma outra de um tempo por vir. Creiamos: não há lógica no tempo de hoje, sem o concreto do tempo de amanhã, porque nada pode acabar sem haver começado.
E se lermos em redor, veremos o sinal luminoso e fluente, quanto as variadíssimas luzes que se destacam para lá das montanhas próximas e secretas.





José Manuel Capêlo, A Voz dos Temporais, Átrio, 1991

1 comentário:

Anónimo disse...

Pintar com as palavras.
Entendender com os sentidos.
Descrever com imaginação.
Eis a poesia de José Manuel Capêlo, emoldurada, neste blogue, pelo afecto duma amizade sentida.