quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Há que reconstruir os gestos dos que se ausentam
Há que reconstruir os gestos dos que se ausentam.
Nada do que existe é igual. Disse-o tantas vezes
disse-o tão igualmente, que farto estou de inventar vozes
igualdades e embelezamentos de outras vozes.
Esquecido, repouso no teu rosto.
O teu olhar enche-me de contínua busca
e o arredio gesto, de imenso vagar.
Não posso ter pressas. Basta-me olhar-te
e saber-te viva. Tudo o resto, é a grande rocha
rente ao mar. E alguma sombra...
José Manuel Capêlo, A Voz dos Temporais, Átrio, 1991
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