segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Longe estavas, como longe estás

Ombro esquerdo, de François Boucher

Longe estavas como longe estás
oh! amada,
quando as razões nos conduziram ao encontro
no centro da sala, com luzes suspensas
figuras vagamente presentes
cadeiras praticamente encostadas ao chão
o centro dos corpos no centro da música...
Um qualquer lugar onde, que não importa nomeá-lo ou distingui-lo.
Só sei que lá estávamos!
Reinava a noite no seu silêncio manso
lugar onde surgia a união das vozes
as falas velozes dos encontros fugazes, a palavra na boca
- qual solidão do olhar-
primeira impressão de um aceno de adeus.
Como pode acontecer no sempre, um até sempre!...
Um até depois!
.
José Manuel Capêlo, A Noite das Lendas, Aríon, 2000

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