Elas existem em-mim, saem de-mim
percorrem-me em passos lentos e rápidos
seguros, inseguros, fáceis, desencantados, trôpegos
como os dos homens que se levantam dessedentados de álcool
em gritos breves e imensa tontura.
Murmurei as esquinas próximas onde ninguém passa.
Elas existem, porque se erguem em frente de qualquer olhar
passeio, jardim, praça, avenida, ruela.
Existem, porque são o que os olhos querem.
Se as murmuro, é porque elas são o aspecto
que em-mim há para quem me olha.
José Manuel Capêlo, A Voz dos Temporais, Átrio, 1991
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