segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Eco de qualquer manhã

pintura de Paul Gauguin

Como ter o que a morte ausente
nesta terra fria, oca e fingida
se a mão treme e dá guarida
ao que o corpo não pressente?

Como ver se nada está presente
na manhã que desponta apetecida
em imagem de cidade arrefecida
que ao mostrar-se, a si-própria mente?
.
Que venha o sol. Que venha e que se mostre
que ilumine os olhos perdidos na distância
que é curta e vária...


José Manuel Capêlo, Rostos e Sombras, Sílex, 1986

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