sábado, 27 de junho de 2009

No dia em que …

A jangada da Medusa, de Théodore Géricault


Será que o mar cresce nesse dia?
Tudo vai da lua, da sombra
da montanha, do rio, do luar…
Tudo nasce do nada como eu nasci:
Homem! Mas… que tive para dar?

Será que a sombra me vem cobrir?
Desce comigo a calma do morto
o sangue enegrecido, o corpo a mirrar
o silêncio sempre pronto
para me digerir e olvidar.

José Manuel Capêlo, Miragem, Editora Montanha, 1978

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