
pintura de Paris Bordone
Longe, tu e eu,
perdidos nos quilómetros que nos separam
por migalhas de tempo,
no olhar do relógio, que são horas
e que se perdem, a olhar os minutos.
Longe, tu e eu
que não merecemos, porque não esquecemos
que o tempo foi nosso
e que passou sem que déssemos tempo,
ao tempo, para nos vir buscar.
Longe, tu e eu
amantes do belo e de nós
que não nos possuímos há dias
e, que nos são tão longos e brutais
que não os merecemos.
Longe, tu e eu
um do outro!
José Manuel Capêlo, Miragem, Editora Montanha, 1978
Sem comentários:
Enviar um comentário