sábado, 27 de fevereiro de 2010

Fogo

das brumas do tempo, pintura de Emília Matos e Silva


Deitem-me à sombra do loureiro
para que descanse nos sonhos eternos
junto à pedra tumular que ganhei aos celtas
gravada que fizeram a sua suástica
de braços redondos, seculares e idênticos
Deixa que me sepultem entre os dois
Para que me lembrem nas cinzas
Em que me quiseram desfeito.
Lembra-me no silêncio
para que o meu sorriso seja o mesmo
sempre, sempre igual ao que te repeti
ao longo de todos estes dias, estes anos
igual à força duradoura de um amor eterno.

poema de José Manuel Capêlo, em "Heróico Fogo da Primavera", Ed. Zéfiro, 2008

1 comentário:

Pétalas D'Alma disse...

Passeando pelos blogs, achei o seu... Gostei e segui!! Parabéns, seu blog é muito interessante!
Bjus Sol